Que sorte a deles, podem votar o próprio aumento, imagina se a moda pega?

A Câmara Municipal de Araraquara, aprovou, de forma inesperada, um reajuste de 80,2% nos subsídios dos vereadores para a próxima legislatura. O valor, que atualmente é de R$ 8 mil, chegará a R$ 14.415,57 em 2027. O aumento será realizado de forma escalonada ao longo dos anos, com os vereadores recebendo R$ 11,7 mil a partir de janeiro de 2025, R$ 12.987,00 a partir de janeiro de 2026 e R$ 14.415,57 a partir de janeiro de 2027. Já o presidente da Câmara terá um reajuste de 93,4%, passando a receber R$ 13,5 mil em 2025, R$ 14.985 em 2026 e R$ 16.633,35 a partir de 2027.

A votação do aumento dos salários ocorreu de maneira simbólica, com duração de apenas 9 segundos, gerando insatisfação entre alguns vereadores que sentiram que o tempo foi insuficiente para uma discussão adequada. O vereador Rafael de Angeli foi o único a se manifestar contrário ao projeto. No entanto, a Câmara de Araraquara afirmou que todos os procedimentos de votação foram cumpridos de acordo com o Regimento Interno.

A justificativa para o reajuste está relacionada a uma mudança no prazo para a fixação do subsídio dos vereadores, que agora pode ser feita até um ano antes das eleições. Os vereadores tinham até sexta-feira (6) para aprovar o aumento, levando em consideração as eleições municipais previstas para outubro de 2024. O texto do decreto parlamentar respeita o teto de 50% do subsídio dos deputados estaduais, conforme previsto na Constituição Federal, para cidades com população entre 100 mil e 300 mil habitantes. Araraquara, com seus 242.228 habitantes, se enquadra nessa faixa populacional. Atualmente, um parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) recebe R$ 31.238,19, com previsão de aumento escalonado nos próximos anos.

Os vereadores que se mostraram favoráveis ao aumento foram Alcindo Sabino (PT), Aluísio Boi (MDB), Edson Hel (Cidadania), Emanoel Sponton (PP), Fabi Virgílio (PT), Filipa Bruneli (PT), Marchese da Rádio (Patriota), Gerson da Farmácia (MDB), Guilherme Bianco (PC do B), Hugo Adorno (REPUBLICANOS), João Clemente (PSDB), Carlão do Joia (Patriota) e Luna Meyer (PDT). O vereador Rafael de Angeli (PSDB) foi o único contrário.

Observação: Os vereadores Lineu Carlos de Assis (PODEMOS) e Lucas Grecco (UNIÃO BRASIL), que inicialmente eram contrários, foram incluídos como favoráveis devido à rapidez na votação.